segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fuso horário e qualidade de vida

Comecei a pensar sobre a relação entre meio ambiente e qualidade de vida ao ler sobre os projetos de mudança de fuso horário que estão acontecendo no Brasil esse ano.
O Brasil é cortado por 3 fuso horários, estabelecidos a partir das linhas imaginárias longitudinárias que cortam a Terra e são contadas a partir do Meridiano de Greenwich, que é considerado o meridiano zero. (colocar figura)

Pois bem, o Brasil possui 3 horários para seus estados: os que seguem o horário oficial (Brasília), os que estão atrasados 1 hora e os que estão atrasados 2 horas, conforme a Lei nº 11.662, de 24 de abril de 2008.

Ocorre que o governo federal tornou-se este ano mais rígido com o respeito a classificação indicativa de faixa etária para a programação da televisão e, com isso, como a programação segue o horário oficial de Brasília, a grade de programas nos estados que tem 1 ou 2 horas de atraso em relação a Brasília teve de ser modificada.
Isso levou a mudanças principalmente no horário das novelas e dos jogos de futebol, o que trouxe alguns prejuízos.

Então, a partir disso, começaram a surgir propostas de mudança de horário de alguns estados. No estado do Acre, já houve a alteração. E como você pode ler nos links abaixo, a população não tem se sentido beneficiada com as mudanças. Muito pelo contrário.

http://www.tribunadojurua.com/index.php?option=com_content&task=view&id=871&Itemid=44
http://ambienteacreano.blogspot.com/2008/10/horrio-de-vero-e-o-novo-fuso-horrio-vai.html

Pois a bola da vez são os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Há dois projetos de lei sobre o tema em andamento. Um deles - Projeto de Lei 3.403/2008 - já se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados (nada como uma visita descompromissada ao site da Câmara dos Deputados...).

A justificativa deste projeto é baseada nos transtornos sofridos pelos canais de televisão, como você pode ler no post anterior. O projeto não está considerando os prejuízos que virão para a população em sua qualidade de vida, pois todos terão que adiantar seu relógio biológico em uma hora, o que trará prejuízos a saúde, deixará as pessoas mais irritadas e nervosas, e menos produtivas, já que todos sabemos como é ruim trabalhar cansado e com sono. Além disso, as crianças terão que sair de casa para ir a escola ainda na escura madrugada, muitas vezes sozinhas já que seus pais também precisam sair cedo, às vezes antes das próprias crianças para garantir o sustento das famílias mais humildes.
Quem irá garantir a segurança dessas pessoas?

Lendo sobre esse projeto, comecei a pensar sobre os nossos princípios constitucionais. Onde fica o respeito a dignidade da pessoa humana, à sadia qualidade de vida? Parece que os artigos 5° e 225 não estão sendo levados em consideração.

O conceito antropocêntrico de meio ambiente pode ser bem útil agora.

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