sábado, 15 de dezembro de 2007

Voltando a escrever...

Dizem que informação é poder. Apesar de hoje seu acesso já estar mais democratizado, ela ainda custa caro. Basta ver o preço das revistas e dos livros. Aliás, não entendo como os livros ainda custam tão caro se eles são isentos de impostos. A culpa não é sempre da carga tributária? Qual a desculpa neste caso?
Com a Internet há uma maior facilidade de acesso, mas se prestarmos atenção à nossa realidade, veremos que ainda falta um bocado:
- apesar da venda de computadores ter aumentado, nem todos eles tem acesso a Internet;
- a Internet discada não é uma grande aliada dos pesquisadores, e poucos tem a liberdade propiciada pela banda larga;
- os jovens dominam a Internet, gastando MUITAS horas de seu dia na navegação. Mas qual a qualidade dessa interação social? Passar a tarde no MSN com os colegas é usufruir muito pouco do potencial oferecido pela rede mundial;
- para quem não lê razoavelmente bem na língua inglesa, as opções se tornam limitadas, pois as novidades e tendências nos ramos da ciência, quando traduzidas, já estão um pouco defasadas;
- para nós, há um grande material informativo em espanhol. As universidades dos paises de língua espanhola disponibilizam bastante de seu material cientifico. O problema é que o espanhol não é tão fácil quanto parece, o que pode induzir os desavisados a erro.
No final das contas, a grande fonte de informação da população brasileira é a televisão. Mais propriamente, a Rede Globo. Se a Globo não dá destaque a um tema, ele não existe para a maioria de nós. Por exemplo, não percebo nas pessoas a minha volta qualquer consternação com a morte de três funcionários da UFMT em Rondonópolis. A polícia suspeita que o crime tenha sido motivado pela política adotada pela pró-reitora assassina que, atuando em prol da universidade, teria desagradado servidores da instituição que se beneficiariam de serviços mal prestados dentro da universidade. Um fato lamentável e que merece toda a nossa indignação. Pessoas como essas, que são capazes de colocar sua vida em risco em prol de melhorias para o nosso país são valiosíssimas, precisam ser protegidas por todos nós.
Apesar disso, não observei uma grande cobertura do caso pelos meios de comunicação. Agora, tem uma coisa que eu creio que todos saibam: haverá uma nova edição do BBB!!! Uau! E a campanha pela audiência já começou. Quem assistiu o Profissão Repórter esta semana? Eu sou fã de carteirinha do Caco Barcellos, mas confesso que fiquei chateada por ver um projeto tão interessante a serviço da massificação.

Mas o que tudo isso tem a ver com o meio ambiente??? Calma. Na verdade, todas essas questões vieram a minha mente após uma experiência pouco comum as classes baixas da população, mas que vem tomando conta da classe média: a TV a cabo.
Pois é, eu nunca tinha assistido. Na verdade eu tive meu primeiro contato com ela há uns 7 anos atrás, mas tudo que eu assisti foram desenhos animados. Agora não: pude destrinchar seus canais, descobrir que cada canal daqueles tem um site na Internet... e otras cositas más. Por exemplo: sabe aquela coisa de programas da natureza? Chovem. Há canais exclusivos para isso, como o National Geographic, Discovery Channel, Animal Planet. Há também o Canal Futura, um canal da Rede Globo, dedicado a temas como qualidade de vida, desenvolvimento sustentável, preservação. Lembra do Globo Ecologia? Está lá. E do Globo Ciência? Também está lá. E por aí vai. Então eu me perguntei:
- se é a própria Globo que produz esses programas, por que eles não disponibilizam nem 5% desse conteúdo na tv aberta?
- se elas podem comprar os direitos de um programa como o BBB, por que não podem comprar o direito de outras produções inglesas, como as transmitidas em seu sistema de cabos?
Fiquei indignada em constatar mais uma vez como o acesso a informação continua elitizado.
Outro canal muito interessante é o TV Escola. Neste caso há um consolo para quem tem acesso a Internet, embora eu acredite que só haja viabilidade para quem possui banda larga: é possível assistir aos seus programas pela Internet.
Um adendo aos simples mortais: a TV Cultura continua a ser um exemplo de canal de qualidade, embora restrito ao estado de São Paulo. Mas quem tem antena parabólica ou cabo pode assisti-lo em outros estados também...

Links:
- TV Escola - http://www.bibvirt.futuro.usp.br/
- Reportagem sobre os assassinatos em Rondonópolis: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u349958.shtml

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