terça-feira, 24 de julho de 2007

Leishmaniose: Injustiça e Sacrifício Desnecessário

A leishmaniose é uma doença transmitida pela picada do mosquito palha (da espécie lutzomyia longipalpis) infectado pelo parasita do gênero leishmania. A leishmaniose pode ser:
visceral: ataca os orgãos internos;
cutânea: ataca a pele;
mucocutânea: ataca as mucosas e a pele(definição da Wikipedia).

OS PRINCIPAIS SINTOMAS NO CÃO : Queda de pêlo, aumento na região do baço, fraqueza, crescimento das unhas, emagrecimento e diarréia. Mas é importante ressaltar que nem todo cachorro com queda de pêlo, crescimento excessivo das unhas ou fraqueza estão com leishmaniose, pois tais sintomas se assemelham a sintomas de outras doenças, como infecção por fungos por exemplo. Por isso o animal deve ser cuidadosamente examinado por um veterinário de confiança.



OS PRINCIPAIS SINTOMAS NO SER HUMANO: Febre diária, aumento do volume abdominal, aumento do fígado e do baço, perda de peso, perda de apetite, fraqueza, palidez.
Tratamento:
Para os seres humanos com o tratamento adequado, a cura é
definitiva.


Nos animais, o tratamento melhora o quadro clinico do animal, prolongando sua vida, mas um pouco mais de dedicação do dono, pois o cão terá que ter sua saúde avaliada por um profissional pelo menos a cada dois meses (seis vezes por ano). A cura definitiva é bastante rara.

Esse tratamento tem sito alvo de discussões, pois o cão contaminado passa a ser um hospedeiro do parasita, podendo assim ser considerado um transmissor mais doença, no caso de, por exmplo, um mosquito “saudável” picar um cão contaminado, e passar a ser, assim, transmissor da doença. Por isso, os cães contaminados com leishmaniose são muitas vezes sacrificados.

No entanto, essa situação pode ser controlada. Como o transmissor da doença não é o cão (este é apenas hospedeiro), mesmo ele estando contaminado, e sim o mosquito, basta evitar então que o mosquito pique o cão. E hoje, isso é possível, pois existem as coleiras repelentes para os cães.

COMBATE A DOENÇA:


É inegável que o meio mais eficaz para se proteger de qualquer doença é a prevenção.
A leishmaniose é transmitida para o ser humano e para o cão pela picada do mosquito. Ou seja, quando o animal contaminado entra em contato com outro animal ou com o homem sadios, ele não transmite a doença. (mosquito-palha a direita)

Mas, atualmente, o governo tem se utilizado, como “tentativa de diminuição dos casos da doença”, do sacrifício dos cães contaminados. Funcionários do CCZ, sem formação em medicina veterinária, passam nas casas recolhendo amostras de sangue dos cães, e depois de 15 dias, o proprietário do animal deve ligar ao Centro de Controle de Zoonoses para saber o resultado do exame. Se o exame der positivo para leishmaniose, o CCZ passará para recolher o cão e sacrificá-lo, pois alega que, como o cão passou a ser hospedeiro da doença, passou a ser também um risco para saúde publica, e um meio de evitar que o mosquito pique o cachorro é sacrificando-o.

O problema é que muitas vezes o exame pode ter como resultado um falso positivo, devido a uma pequena semelhança que existe entre alguns protozoários com o protozoário da leishmaniose. Para se evitar esse engano, sugere-se que os donos façam exames no seu cão em laboratórios particulares com veterinários confiáveis. Do contrário, cães sadios podem ser sacrificado.

Mas, vamos ser francos: não é mais humano evitar que o mosquito pique o cão colocando no cachorro uma coleira repelente, vacinando-o, ou dando a ele um remédio repelente a mosquito ao invés de sacrificá-lo?

MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Como o mosquito é o maior vilão da história, o que devemos fazer é evitar o mosquito, e não sacrificar milhares de cães em vão. Aliás, os cães não tem culpa de serem contaminados, e é injusto sacrificá-los.

Vale ressaltar que os cães não são os únicos hospedeiros. Os roedores (por exemplo), também podem carregar o protozoário da leishmaniose, e de nada adianta sacrificar tantos cães (aí se incluem os assintomáticos, além dos exames falso-positivo) se ainda há outros hospedeiros. Aliás, apesar de milhares de cães serem sacrificados, os números de casos não irão diminuir se não for implantada uma política de saúde pública consistente, na qual deve constar, no mínimo, o combate aos mosquitos e a outros seres que afetam a saúde do ser humano, como os ratos. Estes por sua vez podem nos transmitem doenças até mais sérias que a leishmaniose.


Na verdade, o que deve ser feito é evitar que o mosquito pique o animal, e para isso medidas simples e eficazes podem ser tomadas, e a vida de seu cão pode ser poupada. Assim, você estará protegendo toda sua família e seu cão (que também faz parte da família, né?).

As medidas são:

- Manter o canil onde o cão vive seco e limpo;

- Cobrir o canil com telas finas contra pernilongos;

- Evitar expor o cão nos períodos em que o mosquito está mais ativo(no amanhecer, e no anoitecer);

- Evitar focos de proliferação do mosquito, como lixo e entulhos;


- Aplicar inseticidas onde há mais mosquitos (de preferência por um profissional, para evitar a intoxicação das pessoas e dos animais);

- Evitar levar animal em áreas que se conhece a incidência do mosquito;

- Se o cachorro vive em áreas abertas, comprar repelentes de mosquito para ele. Você pode encontrar esses produtos em petshops, mas certifique-se que o ele tem ação anti-mosquito, e se sua eficácia é comprovada.

- também temos como alternativa a vacina contra
leishmaniose , que foi desenvolvida aqui no Brasil. Essa vacina (também chamada de leishmune), foi aprovada e registrada pelo Ministério da Agricultura, sob o numero 8627 em 11/06/03.

-“Estudos realizados demonstraram que a vacina confere proteção de 92 a 95%, ou seja, a cada 100 cães infectados 5 a 8 NÃO irão desenvolver resposta imunológica adequada, permanecendo suscetíveis a doença.”(trecho retirado do ATESTADO DE VACINAÇAO CONTRA LEISHMANIOSE VICERAL CANINA).

Vale acrescentar que esse percentual é semelhante a vacina que tomamos, como de hepatite (eficácia de 95%) e de rubéola (eficácia de 93%).

ASSIM, ESTÁ CLARO QUE “ELIMINAR” O CÃO CONTAMINADO POUCO AJUDA AO COMBATE DA DOENÇA. O QUE DEVE SER COMBATIDO É O MOSQUITO, SENDO UM CRIME SACRIFICAR TANTOS CÃES QUE PODERIAM LEVAR UMA VIDA DE QUALIDADE COM O TRATAMENTO ADEQUADO.

Se o problema é que o cão se torna hospedeiro, então basta que se evite que o mosquito o pique o animal contaminado, colocando no cachorro uma coleira ou um remédio repelente a mosquito, ao invés de matá-lo. A culpa não é do cão, e não é justo sacrificá-lo. A sua vida tem valor, não sendo apenas algo que se tira sem mais nem menos. É completamente imoral matar tantos animais, sabendo-se que é
possível conservar sua vida se outras atitudes forem tomadas.

Fontes da pesquisa:
http://www.vidadecao.com.br/cao/index2.asp?menu=leishma.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leishmaniose
http://www.apasfa.org/quem/leishm.html
http://www.saudebrasilnet.com.br/SBN_PORTAL/frmMateria.aspx
COD_MATERIA=88&COD_SECAO=17
http://www.abcanimal.org.br/Default.asp?action=ler&id=81
http://www.ufmg.br/boletim/bol1476/quinta.shtml
http://www.protetoresvoluntarios.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=85
http://www.proanima.org.br/noticia_detalhe.asp?IdMateria=10
http://www.saudetotal.com/artigos/vacinacao/hepatiteb02.asp
http://www.ordembiologos.pt/Arquivo/Emilia%20Arranhado1.html
http://www.forumnacional.com.br/leishmaniose_web.jpg
http://www.apasfa.org/images/leishmaniose4.jpg
http://www.casvet.com/images/foto2_caes_servicos.jpg
http://biolab.cin.ufpe.br/leishmania/pictures/mosquito.jpg
http://www.clubedacalcinha.com.br/comestível/balada04.jpg
http://membros.aveiro-digital.net/samishilandia/fotos/ciclo.jpg

http://www.vetermed.com.ar/basset%20cachorro.jpg

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