Assim como muitas pessoas, não sou uma pessoa muito estudiosa, creio que em parte motivada por minha impaciência. Quero os resultados, mas o caminho para alcançá-los é tão longo e tortuoso... no entanto, é preciso mudar essa mentalidade para estar preparado quando o momento chega. Senão, perdemos oportunidades. Pensei nisso ao ler uma reportagem na Folha de São Paulo sobre o desmatamento no estado de Mato Grosso.
É de conhecimento público o “milagre da soja” que se operou na região e os avisos dos ambientalistas para a degradação a que a região estava sendo submetida. Muitos fizeram fortuna com suas plantações, construíram suas casas luxuosas, compraram aviões. Lembro de uma reportagem falando que a fila de espera por uma caminhonete zero Km era de meses. Agora, o preço da soja voltou a se estabilizar, o solo dá sinais de fraqueza (comprovando a já conhecida pobreza do solo amazônico) e alguns produtores já começaram a tomar providências: mudaram de atividade, investindo na pecuária ou, abrindo novas áreas para plantações mais ao norte (novos desmatamentos), e os mais “espertos” talvez, já estão se mudando...
Feita a análise do crescimento do desmatamento na região amazônica, o resultado foi óbvio: elevação dos índices, grande destruição e perda de biodiversidade. Não podia ser diferente.
Eis que aparece o governo do Mato Grosso buscando contestar o trabalho feito INPE. E é nessa hora que eu me lembro do valor das horas de dedicação nos estudos. O INPE diz que topa uma discussão técnica.
Por exemplo, após uma perícia, constata-se que o nível de pesticidas num rio qualquer está dentro dos parâmetros aceitáveis. Os meros mortais, talvez por falta de oportunidade, outras vezes por preguiça, escutam a notícia aliviados: podemos continuar consumindo nossa água tranqüilamente.
Agora um especialista pode pedir, digamos assim, informações mais... detalhadas:
- como foi feita a coleta dessa água: da superfície, do fundo do rio, da beirada, ou do meio?
- em que época do ano foi feita a coleta: antes da colheita, após a colheita, foi recolhida uma amostra por estação do ano?
- foi feita análise dos sedimentos do solo?
- qual foi a metodologia escolhida? Ela é adequada para aquela região?
Essas são apenas algumas das questões que podem aparecer num “debate técnico”. Já pensou quantas variáveis podem estar envolvidas, variáveis que nunca tínhamos pensado, sequer imaginávamos existissem ou que pudessem ser relevantes!
Pois é por isso que é importante estudar, aprender, informar-se. Para não ser passado pra trás e para ter elementos, para poder agir quando nosso momento chega.
Chega de preguiça e de desânimo. Sem medo de ser chamado de nerd em pessoal!! Vamos deixar um pouco o BBB8, esquecer por 10 minutos do choro da Tathiana e seguir o conselho da MTV, quem lembra?
“Desligue a TV e vá ler um livro.”
Um comentário:
Post mto bem elaborado! Só sugiro que seja escrito de forma mais coloquial e menos extensa.
Gde abraço!
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